22 de abril de 2017

uma parcela de escuridão deveio uma forma maravilhosa, sagrada, absoluta. não foi fácil conservar a sua limpidez, a ponto de acreditar que um dia não se adaptaria à pele. separados por não sei quantas sílabas, mergulhados numa obscuridade que nenhuma luz deturpou, podemos encontrar beleza numa forma que se prolonga até ao infinito. uma frequência atual confere-lhe densidade, vem-me à ideia as cores frescas de uma flor cujo nome está escondido no longínquo jardim. o segredo é só esse: as mãos penetram o espaço sem noção do tempo, com profunda modéstia, e substituem todos os encantos, com requinte.